Advogados são condenados por envolvimento com o CV em MT
Da Redação
Três advogados e três líderes do Comando Vermelho com atuação no médio norte de Mato Grosso, alvos da Operação Gravatas, foram condenados por integrar organização criminosa armada. Os advogados foram condenados também por colaborarem, como informantes, com a organização destinada à prática de tráfico de drogas. A sentença é da 5ª Vara Criminal de Sinop (500 km de Cuiabá) em ação penal ajuizada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Estado de Mato Grosso (Gaeco).
Tiago Telles foi condenado a sete anos, um mês e 10 dias de reclusão. Robson Júnior Jardim dos Santos recebeu condenação de seis anos, dois meses e 20 dias de reclusão. E Paulo Henrique Campos de Aguiar teve a pena fixada em seis anos, dois meses e 20 dias de reclusão.
Conforme a sentença, os dois primeiros são os líderes da organização criminosa Comando Vermelho em várias cidades, englobando Tapurah, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã e parte de Sorriso. Já Paulo Henrique é considerado o “braço direito” de Tiago. O três deverão iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.
Roberto Luis de Oliveira foi condenado a cinco anos, cinco meses e 10 dias de reclusão. A pena de Jéssica Daiane Maróstica foi arbitrada em quatro anos e oito meses de reclusão; assim como a de Hingritty Borges Mingotti foi fixada em cinco anos e quatro meses de reclusão. Os três advogados iniciarão o cumprimento da pena em regime semiaberto.
O réu Tallis de Lara Evangelista foi absolvido. E o réu Leonardo Qualio, que é policial militar, está respondendo perante a Justiça Militar.
A Operação Gravatas foi deflagrada em março do ano passado pela Delegacia da Polícia Civil de Tapurah, visando cumprir 16 ordens judiciais, sendo oito prisões preventivas e oito buscas e apreensões, contra quatro advogados, um policial militar e três líderes de uma facção criminosa custodiados no sistema prisional. Os mandados foram cumpridos em Sinop e Cuiabá.
De acordo com as investigações, os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos advogados, que representavam o “braço jurídico” do grupo. Assim, eles agiam à margem da lei para obstruir investigações policiais, fornecer informações em tempo real sobre a atuação policial e intermediar a comunicação entre os líderes da organização criminosa presos e demais membros em liberdade, além de outros ilícitos.