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Preso desde novembro, o lobista Andreson Gonçalves, suspeito de operar um esquema de venda de sentenças no STJ (Superior Tribunal de Justiça), já perdeu cerca de 10 kg, comparou a prisão aos métodos da Lava Jato para obter delação e escreveu uma carta ao STF (Supremo Tribunal Federal) falando em suicídio.
Diante dos apelos e de uma manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República), o ministro Cristiano Zanin determinou sua transferência para um presídio federal. O UOL confirmou que Andreson se mudou nesta semana para a Penitenciária Federal de Brasília.
A PGR foi a favor da transferência. Após as declarações da defesa do lobista, em 6 de março, a PGR opinou a favor da transferência do empresário para o sistema penitenciário federal. A defesa do empresário, porém, foi contra a transferência para um sistema mais rigoroso, defendeu que ele fosse para prisão domiciliar devido a sua saúde, e comparou a mudança a uma forma de “tortura” para tentar obter uma delação premiada.
Mas o ministro Zanin, entretanto, rejeitou o pedido e acolheu a manifestação da PGR para manda-lo a um presídio federal.
Preso desde o dia 26 de novembro, Andreson estava na Penitenciária Central do Estado, em Mato Grosso. Ele estava desde dezembro em uma cela isolada, destinada a presos de alta periculosidade, e, segundo sua defesa, estaria submetido a condições insalubres.
O Supremo negou todos os pedidos da defesa de Andreson até agora. Já foram quatro decisões contra os pedidos de soltura ou transferência de prisão. O UOL teve acesso a detalhes do processo, que tramita sob sigilo no STF.
O empresário fala em trauma e suicídio. Em 5 de fevereiro, a defesa apresentou ao Supremo uma carta do próprio preso. Ele afirma passar pelos “piores traumas que alguém pode passar” e fala três vezes que está pensando em se matar.