O delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Bruno França Ferreira, protagonizou cenas de truculência ao invadir a casa de uma empresária, na companhia de três policiais do Grupo de Operações Especiais (GOE) e intimidá-la na noite desta segunda-feira (28), no condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá. O momento foi registrado por uma câmera de segurança da residência. Além de intimidar a empresária, Bruno também xingou o advogado da mulher.
Nas imagens, é possível ver o momento em que Bruno bate com força na porta da casa da mulher e a arromba. Bruno entra de arma em punho dentro da casa e dá voz de prisão à empresária.
A confusão teria se iniciado após o filho da empresária e o enteado do delegado se desentenderem no condomínio que a família da empresária morava. Após a confusão entre os filhos, a mulher se mudou do condomínio por estar sofrendo ameaças.
Durante a ação, a empresária responde que desconhece a medida protetiva e o delegado a rebate com ofensas e ameaças, dizendo que vai estourar a cabeça dela caso se aproxime novamente de seu enteado.
O delegado levou a mulher à Central de Flagrantes do Verdão.
Na delegacia, o advogado da mulher esteve presente e, enquanto gravava todo o desenrolar da situação em vídeo, questionou a legalidade da ação do delegado. O advogado questiona se sua cliente foi informada sobre a medida protetiva que o delegado usou como prerrogativa para prendê-la dentro da própria casa. O delegado desvia da pergunta do advogado e depois afirma que a mulher foi presa em flagrante por injúria e ameaça.
Alterado, o delegado perde a linha com o advogado e o xinga após mais alguns minutos de uma quase discussão entre os dois. O advogado grava o momento e insiste para que ele repetisse mais uma vez o palavrão.
Pedido de desculpas
No programa do Pop, na TV Cidade Verde, o delegado pediu desculpas pelo ocorrido e disse que nada justificava sua atitude.
“Eu queria esclarecer que em nenhum momento tive a intenção de atingir as prerrogativas do doutor Rodrigo como advogado, e também que a situação da discussão se deu comigo na condição de padrasto da vítima. Eu estava ali na condição de padrasto e não na condição de delegado. Só que isso não justifica e eu estou pedindo desculpa publicamente nessa situação de emoção que agi pela condição da vítima que é meu enteado”, declarou.
O delegado também pediu desculpas ao advogado e disse que tem total respeito aos profissionais no exercício do seu ofício.
A Corregedoria da Policia Civil investiga o caso.