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O Frio do ‘Aquecimento Global’ – Versão 2022

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(Ricardo Felício, publicado na Revista Oeste em 3 de dezembro de 2022)

 

O leitor pode estranhar o título dessa matéria, pois não parece ter lógica alguma, mas este é exatamente o ponto. O discurso do “aquecimento global” causado por humanos cada vez se torna mais pueril e necessita de uma verdadeira enxurrada de matérias, “pesquisas”, eventos e chamadas midiáticas sensacionalistas para tentar emplacar o assunto com a classificação de “urgência urgentíssima” para a sociedade. O pânico desmedido é totalmente sem sentido. No caso em questão, há uma coleção de situações constrangedoras em que a natureza não segue o plano, complicando a situação dos alarmistas. Para os verdadeiros cientistas da área de Meteorologia e Clima, nada de anormal. Aliás, as variações dos parâmetros atmosféricos (temperatura, precipitação, cobertura de nuvens etc.) dentro dos padrões sazonais (as estações do ano) são foco de estudos, pois há o interesse em compreender as correlações e seus efeitos, enriquecendo o conhecimento do que é o clima e seus aspectos regionais.

Contudo, para os alarmistas, as variações que são contrárias ao discurso precisam ser rapidamente sequestradas, de forma que até mesmo o frio será gerado por causa do “aquecimento”. São inúmeras as discussões pretéritas de correlações mal feitas e suposições pouco explicadas. O fato é que se o “efeito-estufa” se agrava, não poderia ter pontos de retorno para que as temperaturas baixassem, por exemplo. Isto indica claramente que a hipótese falha na sua construção lógica (na verdade, falha em todos os aspectos, desde as reconstruções paleoclimáticas, até os dias de hoje, nas variações sazonais que não seguem as suas “regras”).

Claro que se saem muito bem com algumas desculpas. Um exemplo é afirmar que a circulação global redistribui esse “calor extra” e por isso, as temperaturas acabam por cair. Se não for por esse mote, sempre trarão outras explicações pouco convincentes. O fato é que a redistribuição de energia entre os diversos sistemas terrestres já acontece naturalmente e argumentar que é este o motivo que “aliviou” o problema (inexistente) é fugir do conhecimento pretérito de que a área tropical do planeta Terra (da linha do Equador até as linhas dos trópicos, Câncer ao Norte e Capricórnio, ao Sul) atua em superávit de energia, enquanto que as áreas polares atuam em déficit de energia, que se acentua ou amaina nos seus respectivos invernos e verões, respectivamente. A redistribuição de energia ocorre dentro dos sistemas terrestres como a atmosfera, que atua de forma mais veloz e, os oceanos, que trabalham de forma bem mais lenta. Ambos atenuam estas diferenças espaciais na distribuição de energia através de processos naturais. Em outras palavras, estão a chover no molhado, pois se usa o que acontece na natureza para justificar o motivo da hipótese da estufa ter falhado.

Análise das variações de temperatura na última temporada

Abordaremos hoje um resumo de estudo de caso do padrão que foi observado nas variações da temperatura no hemisfério Sul, que caminha para o início de seu verão e as projeções esperadas para o hemisfério Norte, que segue para o inverno. Numa rápida retrospectiva de como foi a nossa primavera no Brasil e parte significativa do hemisfério Sul, vimos eventos muito interessantes.

Desde o final de outubro, com um mês percorrido da nossa primavera, boa parte do Brasil foi atingida por massas de ar frias que tomaram os Estados do Sul, Sudeste, parte do Centro-Oeste, atingindo até o Sul da região amazônica. As temperaturas baixaram aquém do esperado para o período. Ao se avaliar os repetidos quadros meteorológicos que se apresentaram no hemisfério Sul, vimos a presença do ar frio tomando enorme parte de sua área, em especial, pelo menos um terço da região Sul do oceano Pacífico (todo o setor que cobre do centro do oceano até o seu setor Sudeste, beirando a costa da América do Sul à Antártida), a América do Sul (Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e partes do Brasil e Bolívia) e ainda tomou vasta área do Sul do oceano Atlântico, chegando até a costa Sudoeste da África.

A situação descrita que persistiu em maior ou menor grau até final de novembro, demonstrou a intensidade da atuação dos Anticiclones Polares Móveis – APMs (sistemas atmosféricos de alta pressão em superfície, com núcleo frio, com grande cobertura espacial e que apresentam um deslocamento mais rápido, partindo da área polar em sentido aos trópicos), oriundos em especial da região do mar de Ross e alguns do mar de Weddell, ambos na Antártida, que se movem cobrindo a região do Pacífico e Atlântico respectivamente. No percurso, alguns destes APMs geraram bandas nebulosas que causaram chuvas persistentes, em especial sobre o Brasil, e a formação de alguns ciclones extratropicais (vastos sistemas de baixa pressão em superfície), típicos das latitudes médias. Esta condição tenderia a uma diminuição conforme se avança para o verão, restringindo a ação dos APMs e dos ciclones extratropicais às latitudes bem mais altas, rareando suas ações corriqueiras de inverno, fato que não ocorreu no ano de 2022. Isto é um alarde? Claro que não, pois cada ano tem a sua singularidade e cabe à Climatologia registrá-lo e devidamente analisar o caso no contexto. Um exemplo de questionamento a ser feito deveria atentar se há alguma ligação do ocorrido no hemisfério Sul, nesta primavera, com as marcas recordes de baixas temperaturas do inverno de 2021, no centro da Antártida. Foi um padrão que se perpetuou? Houve interferência na dinâmica atmosférica? Quais foram as consequências para a agricultura, abastecimento de energia e água? Estas seriam algumas questões interessantes a serem levantadas, sem contar o fato de que a reducionista hipótese estufa, mais uma vez, não colou.

“A culpa é sempre dos homens”

Mudando de hemisfério, a Europa se prepara para um inverno que causa preocupação, pois a energia que será utilizada para aquecimento será racionada com a falta de gás da Rússia e os altos preços praticados no mercado. Alguns moradores de cidades alemãs, por exemplo, já estão a estocar lenha. Na França, as pessoas se preparam para uma conta de energia maior, além de um esperado racionamento. Outros países pretendem simplesmente cortar o fornecimento daqueles que abusarem do aquecimento. A situação deveria no mínimo causar constrangimento aos assediadores da ala aquecimentista, se ainda tivessem alguma vergonha. Propagaram um alarde de altas temperaturas durante o verão europeu, que não durou 20 dias, em 2022, mas ficam totalmente calados frente a real ameaça do frio de um longo inverno que assolará milhões de pessoas por toda a Europa. Pergunta-se: com a elevação das temperaturas pelo “efeito-estufa” não era para as pessoas não temerem mais os invernos do hemisfério Norte?

Ao que parece, a hipótese do “efeito-estufa” causador do “aquecimento global” é bastante seletiva. Quando há elevação de temperaturas, ela fica claramente comprovada, mas quando as temperaturas são baixas, ou estações sazonais apresentam algum padrão que foge do esperado, como uma primavera fria, ou quando invernos são rigorosos e sinalizam preocupação para a população, aí passam a ser tratados simplesmente como erros estatísticos. Se esta explicação não for suficiente, lembre-se de que eles se saem muito bem justificando que todos os eventos não passam de “mudanças climáticas”, sempre causadas pelo homem. Assim, a luva entra em todas as mãos, não interessando se esquenta ou se esfria. Como diria Kurt G. Blüchel, a culpa é sempre dos homens.

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