Da Redação
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, aceitou, nesta quarta-feira (14), duas denúncias do Partido dos Trabalhadores (PT) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e oito aliados. Eles são suspeitos de utilizar as redes sociais para “desacreditar” o sistema eleitoral brasileiro.
“Os investigados usam as redes sociais para propagar a narrativa de que o sistema eleitoral brasileiro seria inseguro e manipulável, alcançando milhares de seguidores, de modo a exercer uma dominação do território virtual, através da manutenção dos seus vínculos, para amplificar o alcance da desinformação e violar a liberdade de pensamento, opinião e voto livre e consciente das pessoas”, diz trecho da ação.
Também tornaram-se alvo das investigações o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), os deputados eleitos Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG), o senador eleito Magno Malta (PL-ES) e o candidato à Vice-Presidência da República, Braga Netto (PL-MG).
“As imputações envolvem também o desvio de finalidade no exercício das funções do presidente da República e de cargos parlamentares, que teriam se aproveitado de sua enorme capacidade de influência na redes sociais para ferir a isonomia, a normalidade eleitoral e a legitimidade do pleito”, sustentou Gonçalves.
Na segunda ação, o TSE investigará se Bolsonaro e Braga Netto cometeram abuso de poder político e econômico, “valendo-se da máquina pública, para otimizar programas sociais” e angariar votos.
“São citadas, entre outras medidas supostamente exploradas para finalidades eleitoreiras: a antecipação da transferência do benefício do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás; o aumento do número de famílias beneficiadas pelo Auxílio Brasil; a antecipação de pagamento de auxílio a caminhoneiros e taxistas”, diz o documento.
Os acusados têm cinco dias para apresentar seus argumentos contra as acusações descritas nas duas ações.