Da Redação
O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), autorizou a inclusão da minuta apreendida na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A determinação também envolve o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa da reeleição de Bolsonaro em outubro do ano passado. O magistrado deu três dias para os dois se manifestarem no processo.
Na decisão, de segunda-feira (16), a Corte atende a um pedido feito pelo PDT em um processo que apura a legalidade do encontro de Bolsonaro com embaixadores em julho de 2022. Na ocasião, o então chefe do Executivo expôs sua preocupação com a transparência do sistema eleitoral brasileiro. O PDT alega que as falas de Bolsonaro na reunião não miravam apenas os embaixadores e estariam inseridas na estratégia de campanha de “mobilizar bases” por meio de “informações falsas” sobre o sistema de votação.
No entendimento do ministro, o documento pode ter relação com os fatos investigados no processo. “A reunião realizada com os embaixadores deve ser analisada como elemento da campanha eleitoral de 2022, dotado de gravidade suficiente para afetar a normalidade e a legitimidade das eleições, e, assim, configurar abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação”, justificou Gonçalves. “Constata-se, assim, a inequívoca correlação entre os fatos e documentos novos e a demanda estabilizada”, escreveu o ministro.