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Frutas registram queda das cotações no atacado, enquanto preços de batata e tomate sobem

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Da Redação

A maior oferta de alguns produtos e a menor demanda por parte dos consumidores influenciaram no movimento de queda nos preços praticados para banana, laranja, mamão e melancia, como revela o 1º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort). Por outro lado, o documento, divulgado nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revela que a transição de safras está entre os principais fatores que influenciaram na alta das cotações no último mês de batata e tomate nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) analisadas.

No caso da banana, a diminuição de preços é influenciada principalmente pela maior oferta da nanica. As principais regiões produtoras desta variedade foram favorecidas, em novembro, por chuvas e temperaturas adequadas para o enchimento nos cachos e posterior venda em dezembro e janeiro. Por sua vez, a banana prata teve a oferta controlada sendo que ocorreram, inclusive, aumento nas cotações no decorrer do último mês de 2022, explicado tanto pelo menor investimento na cultura nas praças do Sudeste bem como pela ocorrência das chuvas restringindo a oferta e a qualidade do produto. Nos primeiros dez dias de janeiro, a Conab continua verificando esse comportamento distinto entre as variedades com tendência de estabilidade ou alta de preços para a prata e queda nas cotações da nanica.

Cenário semelhante é encontrado para o mamão, com oferta controlada para o papaya, enquanto o formosa teve registro de pequeno aumento de produção em regiões baianas, potiguares e cearenses.

No caso da laranja, o mês atípico de dezembro – com copa do mundo, no início, e a concorrência com as frutas do natal, no final do mês, como ameixa e pêssego, acarretou num consumo menor do fruto. Com isso, os preços tiveram tendência de queda na maioria das centrais analisadas. Para a melancia, além das particularidades de dezembro, o clima mais chuvoso levou a um menor fluxo de comercialização, impactando negativamente nas cotações. Outro importante fator para esta redução é a maior oferta da fruta nos mercados analisados em virtude do aumento do volume produzido no estado de São Paulo. Entre as frutas analisadas no documento, apenas a maçã teve alta nos preços em dezembro. Os estoques nas companhias classificadoras estão baixos o que pressiona as cotações.

Se a maioria das frutas teve redução de preços em dezembro, por outro lado, batata e tomate ficaram mais caros nos mercados analisados. Em Rio Branco a alta na cotação do tubérculo chegou a 61,4%. Esse aumento é explicado pela finalização da safra de inverno e entrada, ainda insuficiente para atender a demanda, da safra das águas.

A mesma situação é verificada para o tomate, onde ocorre a transição da safra de inverno para o verão. A alta da média ponderada de preço em dezembro foi de 18,37% em relação à média de novembro. Os níveis atuais de disponibilidade do fruto nos mercados não sustentam os preços, pressionando-os para cima.

A Conab também verificou aumento para a alface. Mas no caso desta hortaliça, as cotações estão diretamente ligadas às condições climáticas das regiões produtoras. Além disso, com as temperaturas mais elevadas no verão, a demanda pelas folhosas tende a aumentar, mantendo os preços em alta.

Na contramão do movimento altista, cebola e cenoura tiveram tendência de diminuição nos valores de comercialização praticados. Na Ceasa de Curitiba, o preço do bulbo caiu 24,86%. Fato a se ressaltar é o aumento significativo da oferta da Região Sul em dezembro. Na comparação entre dezembro de 2022 com o mesmo período de 2021, a oferta sulista subiu mais de 400%. Mesmo com a queda registrada no mês passado, dado o longo período de alta, os preços continuam em níveis elevados.

No caso da cenoura, o preço médio ponderado caiu 4,81% em relação à média de novembro. A manutenção dos níveis de oferta tem atendido à demanda, fazendo com que os valores praticados não apresentem alta. No cômputo nacional a oferta teve aumento de 12%, pressionando para mais uma queda nas cotações.

Exportação de frutas

No ano passado, os números acumulados das exportações brasileiras de frutas foram inferiores aos envios no mesmo período de 2021 – tanto em volume quanto em receita. Foram enviadas para o exterior 1,04 milhão de toneladas, queda de 15,9%, enquanto que o faturamento ficou em torno de US$ 1,08 bilhão, 11,6% abaixo daquilo que foi computado em 2021. O menor ritmo nas vendas ao mercado externo é explicado tanto pelo aumento nos custos de produção, como também pelos problemas climáticos em importantes áreas de cultivo que prejudicaram a produção das frutas no país.

 

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