Após calote de Cuba e Venezuela no BNDES, Lula diz que banco voltará a financiar projetos em países vizinhos
Da Redação
Mesmo após calote dado por Cuba e Venezuela no BNDES, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social voltará a financiar projetos de desenvolvimento e engenharia em países vizinhos. A declaração do petista ocorreu durante encontro com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, nesta segunda-feira (23).
“O BNDES vai voltar a financiar as relações comerciais do Brasil e vai voltar a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior e para ajudar que os países vizinhos possam crescer e até vender o resultado desse enriquecimento para um país como o Brasil. O Brasil não pode ficar distante. O Brasil não pode se apequenar”, disse Lula, que em 2010, aceitou charutos cubanos como garantia para um empréstimo bilionário para a construção do porto de Mariel, em Cuba.
Ainda de acordo com Lula, o banco brasileiro vai “criar esforços” para financiar o trecho do gasoduto para conectar a Patagônia argentina e o Brasil. “Vamos criar as condições para fazer o financiamento que a gente puder fazer para ajudar no gasoduto argentino”, disse Lula.
O acordo de integração energética visa levar gás natural da bacia patagônica de Vaca Muerta até o Rio Grande do Sul. “Tenho certeza que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto, nos fertilizantes que a Argentina tem, no conhecimento científico e tecnológico da Argentina. E, se há interesse dos empresários e do governo e nós temos um banco de desenvolvimento para isso”, defendeu.
Durante seu discurso, Lula disse que tinha “orgulho” de quando o BNDES tinha mais recursos para financiar obras num país da América do Sul. “Porque é isso que os países maiores têm que auxiliar os países que têm menos condições em determinados momentos históricos”, declarou.
Ainda que o PIB do Brasil tenha crescido 3% em 2022, Lula afirmou que sem os financiamentos do BNDES o Brasil parou de crescer e desenvolver. “Faz exatamente quatro anos em que o BNDES não empresta dinheiro para desenvolvimento porque todo dinheiro do BNDES é voltado para o Tesouro, que quer receber o empréstimo que foi feito. Então, o Brasil também parou de crescer. O Brasil parou de se desenvolver e o Brasil parou de compartilhar a possibilidade de crescimento com outros países”, disse o petista.