A vida encontra um caminho: geneticistas criaram bagres resistentes a doenças usando DNA de jacaré – e eles podem um dia se tornar parte de nossa dieta.
Um grupo de cientistas da Auburn University publicou um artigo em janeiro detalhando seus esforços para modificar geneticamente o bagre com o gene da catelicidina de um jacaré.
A catelicidina, encontrada no intestino, é um peptídeo antimicrobiano responsável por ajudar os organismos a combater doenças.
O gene, que foi adicionado usando CRISPR, aumentou a resistência a doenças entre os bagres em comparação com os bagres selvagens. As taxas de sobrevivência do bagre eram “duas e cinco vezes maiores”, observaram os pesquisadores, em entrevista ao MIT Technology Review.
Como os pesquisadores adicionaram a catelicidina a um gene para um hormônio reprodutivo, ela também reduziu a capacidade de reprodução do bagre, o que eles disseram ser importante para evitar a contaminação genética do peixe híbrido com o bagre selvagem.
Os autores observaram algumas incertezas no uso da tecnologia CRISPR – usada e estudada principalmente em mamíferos – em peixes. O artigo ainda não foi revisado por pares.
No entanto, os pesquisadores esperam que a edição de genes de jacaré e bagre possa ser usada em conjunto com outras técnicas de criação de bagres para ajudar os agricultores com seus rendimentos de bagres.