O ex-presidente Bolsonaro, não há um fiapo de dúvida, foi imprudente com as palavras. Muitas vezes, parecia-me que até sua intenção era positiva, porém, a sua retórica deixava muito a desejar. Muitos o classificavam como fanfarrão, já eu o apelidei de “rei do tropeço nas palavras”. Está certo que, segundo sua estratégia, ele jogava para a turma bolsonarista-raiz.
Deve-se considerar que a grande pequena mídia, quase que na totalidade, omitia e transformava notícias a fim de prejudicá-lo. Inegável. No entanto, ele falava mesmo em demasia e de forma, não raras vezes, inoportuna. Apesar de tudo isso, não deverá existir, na história deste país, um presidente tão populista e incompetente com o português – e as ideias – como esse tal de Lula da Silva.
A propósito, assisti a um vídeo em que o “pai dos pobres” chamava Bolsonaro de “fafarrão”, cruzes! O show de horrores de verborragia, de bravatas, de mentiras e de projetos estapafúrdios é diário. É surreal o que esse ser é capaz de produzir em suas falas. E tem gente que o considera um grande orador, só se eu estiver ouvindo o que ele diz embriagado…
Não é por acaso que esse sujeito diz querer regular a mídia! Dessa forma, só poderá ser notícia a “verdade rubra” e o que lhe convém. Esse sujeito, dotado de um vocabulário em que praticamente inexiste plural, afirmou agora que há pessoas que são pagas para criticá-lo. Bem, eu não tenho recebido um centavo sequer.
Com sua oratória que equivale a uma metralhadora de disparos automáticos de grosserias e de erros a cada momento em que diz, é tarefa singela criticá-lo. É surreal o que esse cidadão fala – e pensa! Faz pouco, ele afirmou que os aplicativos exploram os trabalhadores. Exploração + trabalhadores, palavras mágicas da seita ideológica.
O negócio inovador de aplicativos funciona melhor exatamente pela não interferência da mão pesada e equivocada do Estado. Há uma relação voluntária entre empregados e empregadores, em que, caso os empregados não estejam satisfeitos com a relação, eles podem abdicar das respectivas atividades. Os próprios motoristas de aplicativos, por exemplo, estão repudiando os eventuais “projetos” desse (des)governo.
Toda vez que ele abre a boca, a chance de prejudicar os trabalhadores e as indústrias envolvidas é monumental. O desastre é que não há luz no fundo do túnel, e a metralhadora giratória de bobagens, de ignorância econômica e de mentiras não tem previsão de encerramento.
Homens públicos, a meu juízo, deveriam ter rigoroso cuidado com as palavras e com as ideias, porém, por aqui, quase tudo se dá de maneira invertida. Aliás, juízes da suprema corte se comportam aqui como verdadeiros superstars – que tristeza!
Bem, mais uma semana se iniciando. Aprontemo-nos, pois deverão vir mais e mais pérolas do grande “pai dos pobres”. A semelhança, tristemente, é a “precisão” no uso do português.
Alex Pipkin é doutor em Administração – Marketing pelo PPGA/UFRGS; Professor em nível de Graduação e Pós-Graduação em diversas universidades. Foi Gerente de Supply Chain da Dana para América do Sul e diretor de Supply Chain do Grupo Vipal. Foi Conselheiro do Concex, Conselho de Comércio Exterior da FIERGS e Vice-Presidente da FEDERASUL/RS. É sócio da AP Consultores Associados e atua como consultor de empresas. Autor de livros e artigos na área de gestão e negócios.