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Ricardo Salles diz que omissão de governos do PT é ‘convite’ para invasões do MST; CPI pode responsabilizar petistas

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Da Redação

 

O ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) é um dos defensores da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Sem Terra (MST) na Câmara para investigar a invasão de três terrenos da empresa Suzano Papel e Celulose, nos municípios de Teixeira de Freitas, Mucuri e Caravelas, no sul da Bahia.

Salles e os deputados Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) encabeçavam propostas semelhantes para a instalação do colegiado. Na última semana, para facilitar a tramitação, o trio concentrou esforços em um texto único, e o pedido conjunto foi protocolado com 172 assinaturas, uma a mais que o necessário, abrindo caminho para a investigação do Legislativo.

Agora, a expectativa é que a instalação da comissão seja discutida na próxima semana, em reunião de líderes, e, com apoio de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Casa, colocada em funcionamento de forma imediata.

“Ele [Lira] vai instalar, porque é do interesse da sociedade saber o que está acontecendo”, assegurou Ricardo Salles, em entrevista à Jovem Pan, publicada neste domingo (19).

O deputado defende que o colegiado investigue os financiadores por trás dos movimentos, os coordenadores das invasões, assim como aponte possíveis omissões de autoridades que estariam “facilitando” e fazendo um “convite” para as ocupações.

“Invasão de propriedade, seja na cidade ou no campo, é crime, não importa a história que você queira contar de um suposto objetivo, como acesso à terra, moradia ou de movimento social. Pode dar o nome que quiser e tentar explicar a motivação do jeito que quiser, mas a invasão de propriedade é crime e como crime tem que ser tratado. O governo do Partido dos Trabalhadores, historicamente, incentivou e facilitou as invasões, quer seja como instrumento de força política, de juntar gente, ou, em certos casos, como absoluta leniência”, disse o deputado. “Os governos dos Estados onde o PT governa são totalmente lenientes. Além de apoiar politicamente os movimentos, eles são lenientes com atitudes criminosas. O governo da Bahia, onde aconteceram as invasões das fazendas da Suzano, o governo historicamente não retira os invasores, não coíbe, não pune, não investiga. Você vê que há uma participação ativa dos governos tanto ao nível estadual quanto do governo federal”.

Sobre a possibilidade da CPI responsabilizar os governos estaduais e até mesmo o governo federal por essa suposta leniência, Salles foi categórico.

“Não tenha dúvidas disso. O objetivo da CPI é, primeiro, esclarecer quem está organizando e financiando esses movimentos de maneira coordenada nacionalmente. Os movimentos estão acontecendo, como o Carnaval Vermelho. Quem sabe o Abril Vermelho, que historicamente eles fazem. Não são movimentos espontâneos ou totalmente autônomos. Há uma centralização dessas atitudes e invasões que acontecem em território nacional simultaneamente. A CPI vai buscar demonstrar quem está coordenando e quem está financiando. Há ainda outro aspecto que é dizer, diante desse fato que está acontecendo, quais autoridades teriam, por obrigação legal, que tomar atitudes necessários para coibir [as invasões] e não estão fazendo, estão sendo lenientes. Quem financia, quem coordena e quem se omite, são esses três pontos [centrais da investigação]”, afirmou o parlamentar.

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