Da Redação
Uma feira de universidades israelenses que seria realizada na Unicamp, em Campinas (SP), foi suspensa na tarde desta segunda-feira (3) após manifestações de grupos de esquerda. O evento seria na área da comissão organizadora dos vestibulares (Comvest), mas deixou de ocorrer após manifestantes irem ao local com bandeiras e faixas. A fachada do prédio chegou a ser pichada com a mensagem “Palestina Livre”. Imagens mostram pessoas com camisetas do Partido Comunista do Brasil e bonés característicos da ditadura cubana.
Militantes do Partido Comunista Brasileiro IMPEDIRAM a realização da Feira Israelense na Unicamp.
A feira tinha finalidade acadêmica mas foi BARRADA pelos comunistinhas de Iphone.
Felipe Neto e a Manuela ’Ávila não vão denunciar o discurso de ódio desses vagabundos? pic.twitter.com/dYcU0RKQOt
— Rubinho Nunes (@RubinhoNunes) April 4, 2023
Ao G1, o comitê organizador da feira informou que a manifestação começou por volta das 12h30, quando o evento também teria início no campus de Barão Geraldo. “Por motivo de segurança decidimos suspender. Não invadiram porque seguramos a porta […] Dois seguranças foram agredidos”, falou Carolina Birenbaum ao ressaltar que o caso será comunicado à polícia. De acordo com ela, ainda não há uma decisão sobre possível realização da feira na Unicamp em outra data.
Já a Federação Israelita do estado de São Paulo repudiou a ação dos manifestantes, disse que representantes das universidades israelenses foram hostilizados e defendeu investigação. “A manifestação violenta foi patrocinada pela Federação Árabe Palestina [Fepal]. Unicamp é um espaço democrático que, inclusive, mantém seis convênios com universidades israelenses, sempre trabalhando no sentido de fazer a cooperação mútua entre os dois países”, diz texto.
Em nota, a reitoria da Unicamp informou que o ato israelense não pôde ser realizado “por força de manifestações contrárias à sua ocorrência”. “A saída, com segurança, da equipe promotora do evento ocorreu após negociações com os representantes da manifestação”, comunicou a universidade. “A Unicamp ressalta que o direito à livre manifestação será garantido, desde que essas sejam realizadas de forma pacífica e desde que não haja o impedimento de atividades acadêmicas devidamente autorizadas pelas instâncias decisórias.”
Dias antes, a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) alegou ter pedido à Unicamp o cancelamento da feira. Segundo a Fepal, as universidades israelenses estão ligadas à “construção do regime de apartheid de Israel”.
A Unicamp, contudo, rebateu a Fepal. “Não recebemos nenhum documento oficial”, disse a Unicamp. “A universidade destaca que sua atuação sempre se pautou pelo pluralismo de ideias e pela defesa intransigente da democracia. Nesse contexto, abrigou, ao longo de sua existência, eventos promovidos por representantes de diferentes orientações ideológicas e/ou religiosas. Ademais, a Unicamp mantém parcerias com Estados, organismos e universidades, programas de acolhimento de refugiados e de grupos vulneráveis, bem como políticas de estímulo à promoção de direitos humanos.”