Entre as piores coisas que já aconteceram aos pobres está o combate do governo federal contra a pobreza. Sendo um programa socialista, na verdade empobrece os pobres em vez de melhorar sua condição econômica geral. Isso porque destrói ou impede as forças que elevam o padrão de vida de todos na sociedade, especialmente dos pobres.
Vamos começar com uma nação imaginária, na qual as pessoas decidem revogar todos os impostos sobre a renda, proibir o governo de ajudar o povo, estabelecer uma moeda sólida, acabar com todas as restrições ao comércio e desmantelar toda sua burocracia, deixando apenas uma pequena força militar em existência. Todos agora estão livres para acumular quantidades ilimitadas de riqueza.
Ao longo das próximas três décadas, uma enorme quantidade de riqueza é acumulada. Mas também existem enormes disparidades de riqueza – milhares de multimilionários e bilionários, mas milhões de pessoas que têm mais renda e riqueza “normais”. No entanto, o padrão de vida geral é significativamente mais alto do que no início desse processo, especialmente para os pobres.
Nisso vêm os socialistas e, movidos por um forte sentimento de inveja e cobiça, decidem que essa enorme disparidade de riqueza é injusta. “Simplesmente não é certo que alguns na sociedade tenham tanta riqueza enquanto outros tenham menos”, declaram. “Precisamos combater a pobreza”, exclamam.
Como eles pretendem fazer esse combate? Usando o governo para tirar dinheiro dos ricos por meio de impostos e depois dar aos pobres. “Os ricos realmente não precisam de tanto dinheiro”, dizem os socialistas, “e os pobres precisam muito mais”. Assim, os socialistas exclamam que sua guerra contra a pobreza não apenas ajudará os pobres colocando mais dinheiro em seus bolsos, mas também ajudará a igualar a riqueza na sociedade.
Na verdade, porém, seu combate à pobreza empobrece a sociedade e reduz o padrão geral de vida, especialmente para os pobres. No caso extremo, seu combate à pobreza faz com que todos sejam igualmente pobres e morram de fome, como na Coreia do Norte.
Os socialistas puristas querem igualar a riqueza de uma só vez, em vez de fazer isso gradualmente. “Porque esperar?” eles perguntaram. “Melhor igualar a riqueza de uma vez.” Assim, eles nacionalizam todas as empresas e mansões privadas e as declaram agora pertencentes ao governo. Eles então começam a distribuir a riqueza que confiscaram para os pobres.
Naturalmente, durante os primeiros anos desse processo, os socialistas estão em seu apogeu. Chega de milionários e bilionários. O estado confiscou todo o seu dinheiro e suas propriedades. Eles agora são como todo mundo – pobres. Isso deixa os socialistas em êxtase.
Além disso, a princípio há naturalmente uma grande quantidade de riqueza disponível para confisco e distribuição aos pobres. Os socialistas parecem ser grandes benfeitores e compassivos – isto é, amantes dos pobres, necessitados e desfavorecidos.
Depois de alguns anos, porém, os socialistas percebem que não há mais riqueza na sociedade. Eles descobrem que os burocratas do governo carecem de capacidade para administrar as empresas que foram nacionalizadas. Eles levam as empresas estatais à falência. Em pouco tempo, não há mais riqueza para confiscar e distribuir aos pobres. Todos estão à beira da fome.
Onde os socialistas erram é sua suposição de que as sociedades são naturalmente ricas e, portanto, sempre há algo para confiscar e redistribuir. Não são. As sociedades são, na verdade, naturalmente pobres. Ao longo da história, a maioria das sociedades tem sido pobre.
Assim, a questão criticamente importante – que os socialistas nunca fazem – é: o que causa a riqueza? Ou, colocando de outra forma: o que é necessário para trazer um padrão de vida geral mais elevado para a sociedade?
A resposta é: impedir o governo de combater a pobreza. Em vez disso, estabeleça um sistema com o qual começamos em nosso cenário hipotético acima. Abolir todos os impostos sobre a renda e deixar todos livres para acumular quantidades ilimitadas de riqueza. Abolir todos os programas socialistas nos quais o estado é encarregado de ajudar as pessoas. Desmonte grandes forças militares permanentes, que prosperam sugando enormes quantias de dinheiro da renda das pessoas por meio de impostos. Revogue todas as restrições à liberdade das pessoas de negociar com outras. Estabeleça um sistema de dinheiro sólido – ou seja, um sistema no qual o governo não esteja envolvido.
É esse sistema que põe fim à pobreza ao elevar o padrão geral de vida. Há três razões para esse fenômeno:
- Quando as pessoas são livres para acumular riqueza, elas inevitavelmente economizam uma parte de sua renda. Essas economias vão para os bancos, que depois as emprestam aos empregadores, que as usam para comprar ferramentas e equipamentos, o que torna os trabalhadores mais produtivos, o que leva a uma maior produtividade, o que aumenta as receitas das empresas, o que resulta em salários mais altos para os trabalhadores. Em outras palavras, um aumento na poupança e no capital eleva o padrão geral de vida da sociedade.
- As pessoas também elevam seu padrão de vida por meio do simples ato de negociar. Isso porque, em todos os negócios, as pessoas estão abrindo mão de algo que valorizam menos por algo que valorizam mais.
- Uma moeda sólida permite que todos na sociedade façam cálculos econômicos racionais, especialmente no que diz respeito à poupança, investimento e consumo.
Essa é a chave para acabar com a pobreza. Qualquer nação que queira acabar com a pobreza simplesmente tem que adotar esses princípios. O único problema é que a elevação dos padrões de vida inevitavelmente atrai os socialistas, que querem combater a pobreza, o que então devolve a sociedade a um estado de empobrecimento.
Jacob Hornberger foi advogado no estado do Texas por doze anos e professor adjunto na Universidade de Dallas, lecionando economia e direito. Ele é o fundador e presidente da The Future of Freedom Foundation.