Da Redação
O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi morreu, aos 86 anos, na manhã desta segunda-feira (12), informou a agência de notícias Reuters. Berlusconi, que tinha um histórico recente de problemas de saúde, havia sido diagnosticado recentemente com leucemia, informou o Hospital San Raffaele de Milão. Ele havia sido internado no hospital anteriormente com problemas respiratórios e compareceu a um check-up na sexta-feira (9).
Desde 1994 na política, foi primeiro-ministro por nove anos – entre 1994 e 2011 – e, para milhões de italianos, o período de governo de Berlusconi representa uma idade de ouro da economia italiana.
Carinhosamente apelidado de “Il Cavaliere” (O Cavaleiro), sua carreira foi marcada por uma série de escândalos políticos, financeiros e pessoais, muitos dos quais o levaram à Justiça.
Ele foi julgado por acusações que vão desde evasão fiscal e suborno até corrupção e sexo com uma prostituta menor de idade. Mas apenas em um caso ficou preso – uma condenação em 2012 por sonegação de impostos em um acordo envolvendo direitos televisivos.
Berlusconi foi eliminado do parlamento em 2013. Mas nunca desistiu da política, ele ressurgiu no início de 2018 como uma espécie de estadista avô, o criador de uma aliança de direita envolvendo seu partido Forza Italia.
Depois que o Tribunal de Milão lhe concedeu “reabilitação” no final daquele ano, suspendendo efetivamente a proibição de reingressar na política que vigorava após sua condenação por fraude fiscal em 2012, ele anunciou que concorreria a uma vaga no Parlamento Europeu.
Foi eleito em maio de 2019, com 83 anos, e permanecia no cargo de Deputado ao Parlamento Europeu à data da sua morte.
Nascido em 1936, em Milão, antes de entrar para a política, Silvio Berlusconi chegou a trabalhar como cantor em um navio de passageiros quando era jovem para pagar seus estudos. Ele se formou em Direito.
Segundo o mais recente ranking da revista Forbes, o ex-primeiro-ministro tinha uma fortuna de quase US$ 7 bilhões (R$ 35 bilhões), sendo o quinto mais rico da Itália.
Entre outras relações com chefes de Estado, era próximo do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ao completar 86 anos, Berlusconi recebeu votos de felicidade e uma garrafa de vodca. Retribuiu com vinhos italianos.