Da Redação
A Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) entrou na Justiça pedindo R$ 635 milhões por danos materiais coletivos, após uma decisão do Ministério da Agricultura atender a um pedido de Eraí Maggi, dono do Grupo Bom Futuro, e conceder autorização para a produção comercial de soja durante o período de vazio sanitário em Mato Grosso.
Reportagem do site Metrópoles, publicada nesta segunda-feira (18), revela que Eraí Maggi endereçou o pedido ao ministério como presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). A pasta acatou a solicitação da Ampa no dia 16 de agosto e permitiu que o cultivo de soja fosse retomado a partir de 1º de setembro. O aval foi concedido por Edilene Cambraia Soares, diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas.
O vazio sanitário é um período em que é proibido cultivar plantas de soja, em qualquer fase de desenvolvimento, para evitar a proliferação de pragas. O vazio sanitário no Mato Grosso valeu entre 15 de junho e 15 de setembro.
Diante da decisão do ministério, a Aprosoja-MT entrou na Justiça contra a AMPA e o Estado de Mato Grosso. “A decisão do ministério foi arbitrária e que o desrespeito ao vazio sanitário poderá levar à proliferação de ferrugem asiática nas lavouras mato-grossenses”, afirmou a Aprosoja.
Em agosto, Carlos Fávaro já tinha sido acusado de beneficiar Eraí Maggi, famoso eleitor de Lula, destinando dinheiro de emendas para recuperar estradas que atendem diretamente as fazendas do “Rei da Soja” em Mato Grosso.
O Metrópoles procurou a assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura para tratar do aval concedido à Ampa, mas não obteve resposta.