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Alexandre de Moraes mira em líder da oposição e intensifica tirania

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(Rodrigo Constantino, publicado no jornal Gazeta do Povo em 18 de janeiro de 2024)

 

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) é o principal alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, desencadeada na manhã desta quinta (18) no estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal emitidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O gabinete do parlamentar na Câmara dos Deputados foi um dos alvos dos pedidos, com a Polícia Legislativa acompanhando a PF no local por volta das 7h10 da manhã.

Carlos Jordy é líder da oposição na Câmara dos Deputados e disse pelas redes sociais que a medida é “autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”.

“Fui acordado às 6h com um fuzil no rosto […] estavam buscando arma, celulares, tablet. Falei onde estava a minha arma, pegaram meu celular, tentaram buscar outras coisas que pudessem me incriminar, mas não encontraram nada”, disse Carlos Jordy em um vídeo.

O deputado disse que os policiais foram educados, alegaram estar cumprindo ordens, mas em algum momento isso terá de ser reavaliado. A situação avança tão rápido rumo à tirania que não é mais desculpa alegar cumprimento de ordens. Afinal, capangas de mafiosos também “cumprem ordens”, e a polícia particular de Hitler obedecia o ditador.

Nas redes sociais, a oposição se manifestou em peso e no tom firme e necessário diante de clara tentativa de intimidação. A deputada Bia Kicis escreveu: “O deputado Carlos Jordy, surpreendido c/a PF em sua casa e gabinete hoje, por ordens do ministro AM, é o LÍDER DA OPOSIÇÃO na Câmara. O acesso a seu celular e computador dará, a quem quer eliminar o bolsonarismo, acesso às conversas e estratégias da oposição. Maior ataque ao Parlamento e à democracia!”

Deltan Dallagnol também destacou a questão crucial do acesso ao celular do líder da oposição: “O acesso ao celular e computador de Jordy dará ao STF, que nas palavras de ministros da própria corte vive uma ‘lua de mel’ com o governo Lula, acesso a todas as estratégias da oposição, liderada por Jordy na Câmara dos Deputados. Aprendi no caso Intercept, junto com todos que foram atingidos, que acesso ao celular pode servir para tirar de contexto, deturpar e desfigurar um trabalho e pessoas. Qual o valor do celular e computador do Carlos Jordy?”

A deputada Carla Zambelli comentou: “Mexeu com um, mexeu com todos. Não me esqueço da solidariedade de Carlos Jordy comigo quando a vítima da ditadura fui eu. Fazer isso conta o LÍDER da oposição, é fazer contra toda a oposição. Absurdo sem precedentes”.

O senador Jorge Seif desabafou: “O ocorrido hoje com o Deputado Carlos Jordy só reafirma que o ordenamento jurídico, processual e sistema acusatório colapsaram. Somos escolhidos a dedo. Tudo corre em sigilo. O judiciário de passivo, passou a hiperativo e hipertrofiado. Não há necessidade de MPF. Somente desejo de vingança e revanche. Desafetos devem pagar. Mesmo sem rastros, provas ou indícios. E se não há do que acusar, inventa-se. Aparato estatal em busca de constranger, calar, melindrar, expor. A mensagem é: nem sob garantias constitucionais os representantes eleitos pela população estão protegidos. Quanto mais o cidadão comum. Quem será o próximo? Seguirão os presidentes das casas em silêncio, fingindo que a democracia está a pleno e inabalável? Parabéns ao judiciário! Seguimos subservientes e calados para vossa alegria e gozo!”

O deputado Marcel van Hattem cobrou reação da Câmara e seu presidente Arthur Lira: “A operação de hoje da Polícia Federal a mando de Alexandre de Moraes não foi contra o deputado federal Carlos Jordy: foi contra toda a oposição da qual ele é o líder e é mais uma ataque à democracia e ao Estado de Direito. A Câmara e o Congresso, já de joelhos diante do consórcio Lula-STF, terão de tomar as mais enérgicas atitudes contra mais esse abuso de autoridade com clara intenção intimidatória e de natureza persecutória. É um atentado contra o Parlamento!”

Não resta a menor dúvida de que Alexandre de Moraes pretende destruir a direita brasileira, extirpá-la da política, e parece disposto a tudo por esse intuito. O que o Congresso fará diante de evidente descalabro? Vai ver passivamente o Brasil virar a Venezuela? Ou vai sair em defesa de sua soberania e independência?

 

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