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Emanuel afirma que Gabinete de Intervenção aumentou dívidas da Saúde de Cuiabá em R$ 130 milhões

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Da Redação

 

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), recebeu nesta quinta-feira (1º) o Relatório Situacional da Saúde de Cuiabá, entregue pelo secretário de Saúde, Deiver Teixeira. A documentação aponta que o gabinete de intervenção do Estado elevou o passivo da Secretaria em R$ 130 milhões em apenas 9 meses em que esteve à frente da administração da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Segundo o prefeito, o passivo foi detectado mesmo diante do aumento de repasses do governo do Estado ao município durante o período de intervenção. Com isso, o déficit apurado em 2023 foi de R$ 131 milhões.

“Se somarmos os meus 7 anos de mandato, antes da intervenção promovida pelo gabinete de intervenção do governo do Estado, não dá os R$ 96 milhões a mais que o governo mandou para o gabinete de intervenção só no período de 9 meses. É um dinheiro que a gente sabe que o estado não vai dar mais, e mesmo assim, o gabinete deixou um déficit de R$ 228 milhões projetado para o ano de 2024”, afirmou Emanuel. “Foi uma tragédia, realizada por incompetentes, descompromissados, levianos e irresponsáveis. Todos vão ter que responder por isso”, completou o prefeito.

De acordo com Emanuel, “os dados mostram que o gabinete enganou o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), apresentando informações que, na prática, não estão corretas”.

“O saldo da dívida, que era de R$ 415 milhões em 2022, saltou para R$ 546 milhões em 2023. Os números demonstram que o gabinete descumpriu as determinações judiciais que resultaram na intervenção para elaborar o pagamento de dívidas da SMS, fazendo o contrário, aumentando o débito”, diz o prefeito.

“Essa é a verdade como ela é, a minha obrigação é mostrar tudo, para não vir fake news dizendo que a Saúde melhorou. Melhorou coisa nenhuma, isso é uma tragédia, estão enganando o Ministério Público, estão enganando o Poder Judiciário, estão enganando o Tribunal de Contas do Estado e, pior do que tudo isso, estão enganando o povo cuiabano e a nossa sociedade, estão mentindo descaradamente”, afirmou Emanuel.

O relatório situacional ainda indica que após o período de intervenção do governo do Estado na saúde de Cuiabá, o número de mortes no Hospital Municipal São Benedito quase dobrou. Foram registrados 105 óbitos em 2022 e 196 na gestão da intervenção (um aumento de 86%). Segundo Emanuel, o hospital foi transformado em uma “câmara de gás”, em referência à pratica de execução usada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.

“Sem nenhuma dúvida, essa é uma das coisas mais graves que já vi durante toda minha vida pública. Posso considerar como uma das coisas mais espantosas. O Hospital São Benedito foi transformado em uma câmara de gás. Em nove meses e meio de gestão estadual, o número de óbitos dobrou, sem justificativas plausíveis, pois em 2023 não tivemos pandemia. Um verdadeiro assassinato em massa. Isso não ficará impune”, afirmou Emanuel Pinheiro.

“Nós tínhamos a retaguarda da mudança clínica do hospital para atender pacientes graves; os números de óbitos eram menores devido a essa situação de atendimento, respeitando a patologia”, afirmou. “Depois, abriram o leque para a demanda de UPA e Policlínica; os pacientes chegavam graves na UPA e policlínica e eram encaminhados para o Hospital São Benedito”, explicou Prioter Antonito, gestor assistencial do Hospital São Benedito. Segundo ele, essa mudança foi o que causou o aumento de óbitos no período.

“O Hospital São Benedito era referência no atendimento a pacientes graves. O índice de mortalidade era infinitamente menor. No entanto, após a intervenção estadual, os pacientes atendidos nas unidades de Saúde eram regulados após pedidos médicos para o hospital, para aguardar uma possível vaga em outros hospitais. Com trinta leitos de UTI, sendo vinte para regulação e dez para atender as demandas do hospital, que sempre ficavam lotadas, esses pacientes, necessitando de atendimentos específicos, por se tratar de casos graves com patologias instaladas, como derrame pleural ou aneurismas, eram colocados na enfermaria. Com isso, chegamos a registrar de cinco a seis óbitos por dia”, afirmou Prioter.

 

 

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