Da Redação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro entraram com ação no Juizado Especial Cível do Distrito Federal para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se retrate após os 261 móveis que supostamente estavam “desaparecidos” do Palácio da Alvorada terem sido “encontrados” na própria residência oficial.
Na ação protocolada nesta sexta-feira (22), o casal Bolsonaro pede uma indenização de R$ 20 mil por danos morais. Se o pedido for atendido pela Justiça, o dinheiro deverá ser revertido ao Instituto do Carinho, instituição beneficente localizada em Ceilândia, região administrativa de Brasília, que acolhe crianças em situações de vulnerabilidade social, informou o portal R7.
Jair e Michelle também querem que Lula se retrate “na mesma proporção do dano que realizou”, o que inclui uma coletiva de imprensa oficial no Palácio do Alvorada e uma retratação “perante o veículo de comunicação GloboNews e nos canais oficiais de comunicação do governo federal”.
O pedido específico para retratação pelo canal de televisão se dá porque a primeira-dama concedeu uma entrevista exclusiva ao veículo, em 18 de janeiro, abrindo o Alvorada para mostrar o estado em que as instalações foram encontradas após a chegada do casal.
“Fica comprovado o exercício abusivo da liberdade de expressão por parte do Réu que, esbarrando em seu limite – a honra dos autores, que restaram violadas em suas vertentes objetivas, perante a sociedade, bem como subjetiva, em seu caráter interno – acabou por gerar a imposição de reparação indenizatória e de reparação social, mediante a retratação pública, em favor dos autores”, diz o documento.
O “desaparecimento” dos objetos foi utilizado como argumento por Lula e Janja para fazer uma compra de várias mobílias de luxo sem licitação, que chegou a quase R$ 200 mil reais. Foram gastos R$ 65 mil com um sofá e R$ 42 mil para uma cama de casal.
Em dezembro do ano passado, um levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o governo federal gastou R$ 26,8 milhões com reformas, compra de novos móveis, materiais e utensílios domésticos para os palácios presidenciais de Brasília em 2023.