Eleitor que se diz ‘de direita’ é quase o dobro dos ‘de esquerda’
Da Redação
Uma pesquisa feita pelo DataSenado em parceria com a Nexus, divulgada nesta quinta-feira (26), mostra que o posicionamento político de direita prevalece em qualquer segmento da população consultado, entre os que disseram se identificar com algum dos espectros da política.
Segundo o levantamento, 29% dos eleitores brasileiros se identificam como “de direita”, os que se declaram “de esquerda” somam 15% e os “de centro” são 11%.
A pesquisa registrou ainda que 40% dos entrevistados não se identificam com nenhum espectro político e 6% não sabem ou não quiseram responder. Entre as mulheres, o percentual que não se identifica com nenhuma ideologia chega a 46%, ante 34% dos homens.
Em nota, a Nexus e o Instituto DataSenado informaram que os dados fazem parte da “maior pesquisa sobre o tema no Brasil”: o Panorama Político 2024.
“Embora haja diferenças entre os segmentos, em todos a direita prevalece, à frente da esquerda e do centro, com exceção do grupo sem religião ou de brasileiros de religiões que não são a católica ou a evangélica”, afirmou Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.
A pesquisa mostra que Rondônia, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso têm mais eleitores de direita na comparação com outros estados. Rondônia lidera a recorrência de eleitores de direita, com 41%; seguida por Santa Catarina, com 37%. Paraná e Mato Grosso ocupam a terceira posição, com 36%.
Já Pernambuco e Rio Grande do Norte lideram o ranking de eleitores que se consideram de esquerda, ambos com 18%, seguidos pelo Ceará, com 17%. Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo ocupam o terceiro lugar, com 16%. A média nacional é de 15%.
No grupo dos eleitores masculinos, 34% se consideram de direita, contra apenas 24% das brasileiras. A preferência pela direita também é mais recorrente entre brancos (32%) na comparação com brasileiros autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (26%).
A pesquisa destacou que a falta de posicionamento político é mais comum entre aqueles com renda de até dois salários mínimos (47%) e reduz gradativamente até chegar a 21% no grupo com renda acima de seis salários mínimos.
No entanto, a direita supera tanto o centro quanto a esquerda em todas as faixas de renda, registrando apoio de 25% entre os mais pobres e 37% entre os mais ricos.
Entre os evangélicos, 35% se consideram de direita, 9% de centro e 8% de esquerda. Entre os católicos, são 28% de direita, 15% de esquerda e 10% de centro. Já no grupo “outras/sem religião”, tanto direita quanto esquerda alcançam 21%, seguidas por 13% de eleitores que se dizem de centro.
Nesses três segmentos, prevalecem os que não se identificam com nenhum dos três posicionamentos, com 42% dos evangélicos, 39% dos católicos e 41% dos que se identificam com outras religiões.
Foram entrevistadas 21.808 pessoas, por telefone, entre 5 e 28 de junho, em todas as 27 unidades da Federação. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro média nas respostas para dados nacionais é de 1,22 ponto porcentual.