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Na vitória ou na derrota, hoje é vida que segue

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(Paulo Polzonoff Jr., publicado no jornal Gazeta do Povo em 27 de outubro de 2024)

 

Saíram os resultados do segundo turno das eleições municipais de 2024. Uns ganharam, outros perderam. No Brasil todo, há esquerdistas, direitistas e isentões felizes ou chateados ou dando de ombro e fazendo beicinho feito criança mimada. O que não falta no ar hoje é esperança de uns e desolação de outros. Para você ter uma ideia do éter de que são feitos nossos sonhos e pesadelos políticos.

E vem mais um pleito apaixonante por aí: o dos Estados Unidos. Já tem kamalista e trumpista organizando caravana para a votação. A eleição por lá, dizem, é importante para cá. É que existe uma esperança de que a vitória de Donald Trump faça com que nosso STF ponha o little tail entre as pernas. Se sim ou se não, só o tempo dirá. De qualquer forma, não se esqueça do seu voter’s title.

Tempos hiperbólicos

Mas hoje eu queria falar com você que está feliz ou triste. O que, em tempos hiperbólicos como o nosso, significa necessariamente estar muito feliz, feliz pra dedéu, feliz de soltar foguete mesmo; ou estar triste, deprimido, revoltado, se arrastando pelas sarjetas da política procurando sentido para o voto perdido.

Ou ainda fingir indiferença, afetando um ar de superioridade e chamando de ingênuo qualquer um que acredita nisso que tem dia que até parece uma democracia funcional. Né?

Vitória

A vitória celebraremos quando for o caso de celebrar. Mas só um pouco. E sem se embriagar do poder que neste momento se imagina infinito… mas não é. Porque no dia seguinte à posse do candidato cuja vitória se deve totalmente ao seu apoio, claro, virão as provações. As decepções. Os obstáculos. As crateras no terreno e na nossa alma. E o espelho que insiste em dizer sabiamente: não, você não é o deus que pensa que é.

Derrota

A derrota a sofreremos com esperança de ter sido apenas um, como direi?, lapso democrático. Ou uma falha de comunicação com o eleitorado. Talvez o adiamento de um sonho? Seja lá o que tenha causado a derrota do seu candidato nessas eleições, ela não significa a morte nem nada definitivo assim. Tampouco é sinal de apocalipse. Lembrando que na vitória a gente se regozija e mostra para a mãe as estrelinhas na testa, enquanto na derrota a gente aprende. Isto é, para quem está disposto a aprender.

Mas eu dizia que a derrota se sofre com esperança e se enfrenta com paciência. Dois anos passam rápido. Ainda há muita água para rolar sob essa ponte. De grão em grão a galinha enche o papo. Um dia da caça, outro do caçador. Devagar se vai ao longe. Etc. Lembrando ainda que, como diz meu amigo Horácio citando o poeta homônimo, “a paciência torna mais leve o que a tristeza não cura”.

E agora ‘bora trabalhar que o boleto do IPTU não vai se pagar sozinho’.

 

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