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Ministério atende MPF e concluirá mapa do Geoparque do Domo de Araguainha

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Da Redação

 

Após recomendação do Ministério Público Federal (MPF), o Ministério das Minas e Energia (MME) informou que o Serviço Geológico do Brasil (SGB) está realizando levantamento na área do Domo de Araguainha, a maior cratera de impacto meteorítico do país e da América do Sul, localizada na divisa entre Mato Grosso e Goiás. Os dados devem ser utilizados na confecção de inventários dos 15 geossítios selecionados para comporem a proposta do Geoparque Astroblema de Araguainha – Ponte Branca (GO/MT).

A partir da instauração de inquérito em 2019, o MPF apura ações de órgãos públicos na preservação geológica da cratera, que possui 40 quilômetros de diâmetro e ocupa a 15ª posição no ranking das maiores do mundo.

O MME afirmou que a caracterização e a delimitação dos afloramentos de referência do Domo devem ser concluídas até o próximo mês de março, com o levantamento completo sendo finalizado até maio. A previsão para conclusão do mapa do patrimônio geológico do Domínio Serra Geral é até o final de 2025, segundo o MME.

De acordo a recomendação do MPF, assinada pelo procurador da República Guilherme Fernandes Ferreira Tavares, em outubro de 2022, o Domo de Araguainha foi escolhido pela International Union of Geological Sciences (IUGS) como um dos cem principais sítios geológicos em todo o mundo. A classificação do IUGS considerou sua relevância científica, além de seu potencial para uso em atividades educacionais culturais e turísticas, dentre outros critérios.

O MPF também apura, em outro inquérito civil, possíveis impactos socioambientais decorrentes da implantação da rodovia estadual MT-100, que pode afetar a região central do Domo.

A estrutura é cortada pelo rio Araguaia, que divide os estados de Mato Grosso e Goiás. Está localizada a aproximadamente 760 km de Brasília e 500 km de Cuiabá e de Goiânia. Com uma área de 1.300 km2 (equivalente à do município de São Paulo), o Domo de Araguainha contém duas cidades em seu interior: Araguainha, próximo ao centro da cratera, e Ponte Branca, na sua extremidade norte. Ambas ficam em Mato Grosso.

A descoberta

O Domo de Araguainha é uma estrutura de impacto do tipo complexo. Isso significa que há uma parte central elevada, com 12 quilômetros de diâmetro, e terraços de colapso ao longo da parte interna da borda da estrutura.

A estrutura é conhecida desde a década de 1970, graças a estudos exploratórios para petróleo e gás pela Petrobras. No entanto, sua origem foi inicialmente atribuída a processos internos da crosta terrestre – acreditava-se que ela era produto de uma intrusão de rochas ígneas.

Dois pesquisadores norte-americanos, que trabalhavam para a NASA, deram os primeiros indícios de que aquilo se tratava de uma “cicatriz” deixada pelo impacto de um meteorito. Robert Dietz e Bevan French, ao interpretarem as primeiras imagens do satélite Landsat em 1973, identificaram semelhanças entre o Domo de Araguainha e outras estruturas de impacto terrestres já conhecidas. Após uma análise de lâminas delgadas de rochas do local, fornecidas pela Petrobras, eles constataram a presença de feições microscópicas de deformação por altas pressões, produzidas somente pelo impacto de corpos celestes.

A comprovação final da origem do Domo de Araguainha se deu pela investigação do professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alvaro P. Crósta. No final da década de 1970, ele realizou pesquisas buscando as evidências desse fenômeno, até então desconhecido no Brasil.

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