O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi alertado sobre o aumento de descontos não autorizados em aposentadorias em junho de 2023, mas levou quase um ano para tomar providências. As informações constam de atas de reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social reveladas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, neste sábado (26).
Durante uma reunião do conselho, em 12 de junho de 2023, a conselheira Tonia Galleti trouxe o tema das fraudes à pauta, pedindo a inclusão de um debate sobre os Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) das entidades que realizam descontos no INSS. O pedido, porém, foi negado por Lupi, que alegou a necessidade de um levantamento mais detalhado.
O ministro solicitou ainda que o tema fosse pautado como primeiro item da reunião seguinte. No entanto, o assunto não foi discutido e só entrou na pauta do Conselho em abril de 2024, após a intervenção de órgãos como a Controladoria Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF)
As investigações da PF e CGU revelaram que a fraude envolvia a falsificação de assinaturas de aposentados e a cobrança de mensalidades para serviços que muitas vezes não eram prestados pelas entidades envolvidas. Entre 2019 e 2024 foram descontados R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários. Desse valor, R$ 4,1 bilhões se deram em 2023 e em 2024. Ou seja, no mandato do presidente Lula (PT).