A China se juntou à Rússia na oposição à expansão da Otan, à medida que os dois países se aproximam diante da pressão ocidental.
Moscou e Pequim emitiram um comunicado mostrando um acordo sobre uma série de questões durante uma visita do russo Vladimir Putin para os Jogos Olímpicos de Inverno. Nele, Moscou disse que apoiava a posição da China em relação a Taiwan e se opunha à independência da ilha.
Isso ocorre em meio à tensão sobre a Ucrânia. A Rússia nega que esteja planejando invadir.
Putin e o chinês Xi Jinping estão conversando antes da cerimônia de abertura dos Jogos de Inverno. O Kremlin disse que as conversas entre os líderes foram “muito calorosas” e construtivas.
A longa declaração conjunta dos dois países acusa a Otan de adotar uma ideologia da Guerra Fria e também diz que estão preocupados com o pacto de segurança Aukus entre os EUA, o Reino Unido e a Austrália.
Enquanto isso, a Rússia disse que apoiava a política de Uma China de Pequim, que afirma que a autogovernada Taiwan é uma província separatista que eventualmente fará parte da China novamente. No entanto, Taiwan se vê como um país independente, com sua própria constituição e líderes democraticamente eleitos.
“Não há áreas proibidas de cooperação”, diz o comunicado, segundo tradução do Kremlin. No entanto, a declaração russo-chinesa não se refere à Ucrânia, o assunto da crescente tensão entre a Rússia e o Ocidente.
Em meio a uma crescente guerra de palavras, os EUA acusaram na quarta-feira a Rússia de planejar um falso ataque ucraniano que usaria para justificar uma invasão. Alegou que Moscou provavelmente divulgaria um vídeo explícito mostrando o ataque em território russo ou contra pessoas de língua russa no leste da Ucrânia.
A Rússia negou que estivesse planejando fabricar um ataque, e os EUA não forneceram evidências para apoiar a alegação. A notícia do suposto complô veio um dia depois que os EUA disseram que estavam enviando mais tropas para a Europa Oriental para apoiar aliados na aliança defensiva da Otan.
A Rússia disse que a medida foi “destrutiva” e mostrou que suas preocupações com a expansão da Otan para o leste eram justificadas.