O padre de 54 anos preso nesta quinta-feira (17) em Sinop suspeito de estuprar dois adolescentes disse à Polícia Civil que os atos foram consensuais, e que os menores “até pediam” para que fizessem sexo.
O mandado de prisão preventiva foi cumprido em uma chácara na zona rural de Sinop, propriedade para a qual o sacerdote havia se mudado recentemente. Além da prisão, a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso cumpriu mandado de busca e apreensão domiciliar.
As ordens judiciais foram deferidas pela 2ª Vara Criminal de Sinop, após representação da Polícia Civil com base em fatos apurados que apontam os atos praticados pelo religioso.
Durante uma entrevista coletiva, o delegado Sérgio Ribeiro, titular da Delegacia da Mulher de Sinop, explicou a dinâmica da prisão e falou sobre o comportamento do sacerdote. “Nós entrevistamos as pessoas que frequentaram a igreja e dois desses adolescentes narraram abusos que começaram com passar as mãos nas nádegas e nos órgãos genitais”.
Em um dos casos os abusos começaram quando o menor tinha apenas 7 anos e persistiram até os seus 15, conforme o delegado. Outro adolescente, de 17 anos, também ouvido pela Polícia Civil, confirmou que o religioso teria, nos últimos três anos, praticado ato libidinoso com ele.
Uma dessas vítimas chegou a gravar com um celular o padre levando-o para um banheiro do quarto paroquial, local onde morava até se mudar para a chácara. Segundo o delegado, em uma entrevista preliminar durante o trajeto à delegacia, o padre lamentou. “Disse que tudo que ele fez foi consentido, que todos os relacionamentos que ele teve com esses adolescentes teriam sido consentidos e que eles até pediam”, explicou.
“Ele se demonstrava bem arrependido dos fatos. Chorou muito porque ia deixar de ser padre, dizia que queria preservar também a igreja”, complementou. O celular do padre foi apreendido, mas ele já havia sido formatado. As investigações sobre o caso continuam para apurar possíveis novas vítimas. O delegado aproveitou para fazer um pedido.
“Às pessoas que foram abusadas por esse cidadão, seja da igreja, seja na residência particular dele, que se apresentem. É necessário ter a punição mais severa para esses casos. Até porque essas pessoas têm o direito de ver a punição do agressor”.