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Escola é investigada por maus-tratos por manter crianças em ‘camisa de força’

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Da redação

Uma escola infantil da zona Leste de São Paulo está sendo investigada pela Polícia Civil por suspeita de maus-tratos de crianças. Vídeos circularam nas redes sociais revelando ao menos quatro crianças amarradas, com braços presos por panos, parecendo que estavam imobilizadas por camisas de força.

Nas imagens, as crianças estão chorando dentro de um banheiro, sentadas em cadeirinhas de bebê, no chão, embaixo de uma pia e próximas à privada. Segundo o portal G1, os vídeos foram gravados na Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, na Vila Formosa. A instituição é alvo de um inquérito policial aberto na Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), da 8ª Delegacia Seccional.

Uma mãe identificou o filho, que tem pouco menos de 2 anos, nos vídeos que circularam na internet.

“Identifiquei meu filho em dois vídeos. O primeiro, ele estava em um banheiro com mais quatro crianças amarradas, e no segundo, estava chorando com mais três bebês em uma sala no escuro”.

Ela conta que a criança sofre com trauma. “Vem apresentando um nervosismo intenso, dificuldade para dormir, ele chora quando vamos colocar ele na cadeirinha do carro, sabe. Nós achávamos que era de desenvolvimento dele, mas hoje com todas essas informações sabemos que é devido à forma que ele era tratado. Ele estudava lá desde os 11 meses.”

A mãe de uma menina de 1 ano e 4 meses contou ao portal que “algumas professoras informaram que as crianças passavam o dia todo de castigo na sala dela [da diretora]” e que “as crianças que estavam fazendo desfralde ficavam trancadas no banheiro por horas”.

“Minha filha ficava sem comer. As crianças que choravam muito eram amarradas no bebê conforto com um lençol, como se fosse uma ‘camisa de força’ e deixava eles trancados dentro do banheiro.”

Uma terceira mãe falou que seu filho de 2 anos voltava chorando para casa. “As professoras falaram que não sabiam o que acontecia lá dentro, mas ouviam os gritos dele chorando muito e ela [diretora] gritando mandando ele calar a boca.”

Ela revela que ainda ouviu de uma professora que “a diretora jogou um copo de água gelada na cara dele [do seu filho] e mandou ele acordar para a vida.”

Investigação

A unidade é investigada por maus-tratos e por suspeita de periclitarão da vida e da saúde, ou seja, por colocar a vida das crianças em risco, e submissão de crianças a vexame ou constrangimento. A polícia ainda tenta identificar o autor dos vídeos. Ninguém foi responsabilizado até o momento.

A escola é frequentada por crianças com menos de 1 ano até 6 anos de idade – do berçário ao Jardim 2.

Há dois anos, a escola já havia sido alvo de investigações por suspeita de maus-tratos contra um aluno. Antes, em 2010, uma aluno morreu em um hospital depois de ter passado mal na Colmeia Mágica.

Nesta segunda-feira (14), os portões da unidade de ensino estavam cobertos com tinta escura para cobrir as pichações com mensagens como “crime”, “neonasistas [sic]”, “desumano”, “mals-tratos [sic]”, “Justiça”, “lixo”, “demônio”, “Deus ta vendo [sic]”.

A polícia já coletou depoimentos de professores e funcionários da Colmeia Mágica, além de pais de alunos. A diretora foi apontada como responsável pelos maus-tratos.

 

 

 

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