Da Redação
O deputado federal Neri Geller (PP), pré-candidato ao senado, atendeu ao pedido do governador Mauro Mendes (União Brasil) e compareceu ao Palácio Paiaguás para uma reunião que durou pouco mais de uma hora, na noite de ontem (07).
Neri anunciou que não volta mais atrás do compromisso de apoiar o ex-presidente Lula (PT) à reeleição e será o elo que vai aproximar o PT dos barões do agronegócio. Além do apoio político, os produtores rurais representam os maiores financiadores das campanhas eleitorais.
Contudo, essa aproximação terá preço. Neri ainda insiste numa composição com o governador Mauro Mendes, mas para isso, o chefe do Poder Executivo terá que concorrer à reeleição sem compor com nenhum senador. Mesmo apoiando à reeleição do presidente Bolsonaro (PL), Mendes ficaria neutro em relação a eleição ao senado. O apoio a Wellington Fagundes (PL) tiraria ele e outros partidos da base aliada, como o PSD, do palanque de Mendes.
“Não preciso ser adversário do Mauro, a não ser que ele mesmo me empurre pra fora se fechar PL. Se ele fechar com Wellington Fagundes aí não terá espaço para caminhar com ele”, avisou.
Geller também articula nacionalmente para inviabilizar a pré-candidatura da médica Natasha Slhessarenko (PSB) para que ela seja a suplente dele. Ele acionou a cúpula do partido e tem aval do candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin nessa costura.
A pré-candidata ao governo pela federação, Maria Lúcia, também pode ficar sem aval do PT na esfera nacional para viabilizar o palanque e os recursos do agronegócio para a campanha do ex-presidente Lula.
As articulações de Neri Geller são acompanhadas de perto pelo ex-governador Blairo Maggi e pelo senador Carlos Fávaro (PSD), que apoiam essa aliança com a esquerda.
Caso o governador siga em apoio a Wellington Fagundes, há a possibilidade de um nome de partidos do centro seja PSB, PSD ou MDB como cabeça de chapa para a disputa ao governo do Estado. Se não houver viabilidade, Neri deve sair com candidatura avulsa apoiando apenas o candidato à presidente da República.
“Desde primeiro dia da eleição estava alinhado com Mauro Mendes, nós sempre estivemos na base com ele. Hoje tivemos uma conversa para começar a consolidar essa coligação. Estamos conversando com todos os partidos. Não tem essa de estar 100% no palanque do Mauro ou 100% fora, ainda não terminamos de consolidar essa conversa”.
Na próxima semana, Geller deve se reunir novamente com o governador. Contudo, em nível nacional, ele terá reunião, também na semana que vem com o ex-presidente Lula e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), além das lideranças do campo majoritário do PT em Mato Grosso.