O enfrentamento ao tráfico de pessoas é tema da Campanha Julho Azul realizada este mês em Mato Grosso pelo Comitê de Estado de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Cetrap-MT), vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT).
Durante esse período, o Cetrap, o Ministério Público e Prefeituras Municipais vão atuar com ações para a disseminação, esclarecimento e conscientização da população quanto a esse tipo de crime.
Para conscientizar e levar informação ao maior número de pessoas, as ações serão realizadas em vários locais no Estado, como nas BRs 070 e 364; nos postos da Polícia Rodoviária Federal, em Cuiabá, Cáceres e Rondonópolis; no Aeroporto Internacional Marechal Rondon, em Várzea Grande; e no Terminal Rodoviário Interestadual, em Cuiabá.
A campanha também terá lançamento na região de fronteira de Mato Grosso com a Bolívia, uma ação realizada em parceria com as Prefeituras de Cáceres e San Matias (Bolívia). Na localidade, o plano de conscientização da comunidade será realizado durante todo o mês de julho e agosto.
No dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, 30 de julho, diferentes órgãos vão iluminar suas fachadas com a cor azul, em ato simbólico.
Tráfico de pessoas
O tráfico de pessoas consiste em sujeitar o indivíduo sob ameaça, aceitação de pagamentos ou benefícios com consentimento de uma pessoa sobre outra para exploração e obtenção de lucro. O aproveitamento pode estar relacionado à prostituição, exploração sexual, trabalho forçado, práticas similares à escravatura ou a remoção de órgãos.
Conforme dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, 254 ocorrências de tráfico de pessoas para trabalho escravo foram registradas pelo Disque 100, entre os anos de 2012 e 2019 em Mato Grosso. Também houve 64 registros de tráfico de crianças e adolescentes, no mesmo período.
Cuiabá e Várzea Grande, as duas maiores cidades do Estado têm o maior número de ocorrências. Em relação ao trabalho escravo, elas aparecem consecutivamente com 10% e 6%, das denúncias. Quando se trata de tráfico de menores, as duas cidades aparecem com 17% e 11%, conforme dados do Disque 100.
Na fronteira, um dos crimes conhecidos como tráfico de pessoas mais comum é o recrutamento de homens para o transporte de drogas entre a Bolívia e o Brasil. Para o aliciamento, as organizações criminosas oferecem pagamento pelo serviço, porém em muitos casos eles acabam sendo presos do tráfico de drogas.