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Evento promovido pelo Ibama busca resolver entraves para exportação de madeira nativa

Somente no Porto de Paranaguá, há 96 contêineres de madeira nativa de Mato Grosso esperando há meses pela análise do Ibama

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Da Redação

Vencer a burocracia e tornar mais ágil o processo de exportação da madeira nativa é um dos principais gargalos para a indústria madeireira brasileira. Este foi um dos desafios debatidos do evento promovido pela Superintendência do Ibama no Paraná nesta semana. Há um passivo de 96 contêineres de madeira nativa oriundas de Mato Grosso esperando a fiscalização antes de ser embarcada para outros países.

De acordo com o presidente do Fórum Nacional das Atividades de Base Florestal, Frank Rogieri de Souza Almeida, a madeira nativa para exportação ficam no porto esperando até 120 dias a licença do Ibama. O cliente que compra a madeira brasileira tem que aguardar até cinco meses para a chegada da mercadoria, tirando a competitividade em relação a outros mercados.

“O Brasil é quinto produtor de madeira mundial, porém só exporta 10% do que produz hoje e representa apenas 2% da madeira comercializada no mundo. Nós temos um campo muito grande pra um mercado muito grande pra ser expandido e isso vai gerar emprego no Brasil, vai gerar divisa, equilibrar a balança comercial, atrair investimentos externos e o governo tem que estar preparado. O Ibama tem que estar preparado para que isso aconteça da maneira mais natural possível, obviamente, sem que coloque em risco o nome do país, a segurança das nossas florestas e da biodiversidade”, disse Frank Rogieri, que participou do I Encontro de Esforços Governamentais e Privados para Exportação de Madeira Nativa Legal pelo Porto de Paranaguá, nos dias 23 e 24 de agosto, em Paranaguá (PR).

Frank faz um balanço positivo do evento ao destacar que há boa vontade do Ibama em destravar a burocracia e buscar alternativas para agilizar o processo de exportação. Uma delas é de que os retornos das licenças de exportação serão de no máximo 10 dias. Para o empresário, que também preside o Sindicato dos Madeireiros do Extremo Norte de Mato Grosso (Simenorte), será uma grande evolução para o país.

Exportações de Mato Grosso

No primeiro semestre deste ano, Mato Grosso exportou 82 mil toneladas de madeira nativa, um resultado 19% menor do que no primeiro semestre de 2021, quando foram embarcados 101 mil toneladas de madeira.

As espécies goiabão, caixeta, garapeira e muiracatiara são as mais produzidas e exportadas pelo Estado. Os principais destinos da madeira de Mato Grosso são Estados Unidos, França, Bélgica, Índia e China.

Frank avalia que para aumentar a produção e exportação de madeira nativa passam não só por agilidade na aduana, mas também por políticas públicas.

“O Brasil não tem incentivo, não tem linha de crédito para indústria florestal brasileira, principalmente na parte nativa. Não tem um projeto de fomento. É um curso muito longo para a exportação. Do manejo florestal, extrair do manejo, trazer essa matéria-prima pra indústria processar, usinar, levar ela para porto. Aí ficam 100, 120 dias no porto esperando a licença. São poucas as empresas que conseguem ter capital de giro para isso”.

Para ele, primeiro é necessário fazer o dever de casa, dar incentivo, linhas de crédito, agilidade nos portos para que ao país ganhe mais competitividade.

“Nós estamos perdendo competitividade a nível global porque a mercadoria que o cliente nosso compra leva até cinco meses pra chegar no destino, tem quem não aguenta esperar isso tudo e vão comprar do nosso concorrente. Temos que rever a cadeia, o governo tem que fazer a parte dele”.

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