Chiquitanos denunciam crime ambiental em Porto Esperidião

 

Povo chiquitano denuncia crime ambiental contra rio e requer investigação para identificar os responsáveis pelo desmatamento ilegal e represamento na cabeceira das águas. Um ofício foi encaminhado a órgãos fiscalizadores para apurar a ocorrência.

Os chiquitanos residem na Terra Indígena Portal do Encantado, em Porto Esperidião (326 km a oeste de Cuiabá). De acordo com o cacique da aldeia Acorizal, José de Arruda Mendes, no início deste mês, a água do rio Tarumã diminuiu o volume e ficou barrenta. Efeitos do desmatamento ilegal da margem e represamento na cabeceira. O indígena relata que há vários pontos no rio onde é possível identificar a degradação.

Os indígenas agora precisam buscar água em outra aldeia. José narra ainda que até mesmo os peixes acabaram. O problema no Tarumã influencia também no comportamento tradicional dos indígenas. “Tomamos banho durante a madrugada porque acreditamos que a água tira todo o mal do corpo e vai embora pela correnteza”.

O ofício requerendo a apuração sobre o que poderia ter causado o problema no rio foi entregue aos Ministérios Públicos Federal e Estadual, além da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. MPF e Sema confirmaram que o documento foi protocolado e disseram que serão tomadas as providências cabíveis.

O MPE informou que na Promotoria de Porto Espiridião não foi protocolado o ofício.